quarta-feira, 18 de junho de 2008

O mistério do trabalho na sociedade capitalista




A mais-valia em frases curtas
(ou: a exploração do trabalho em frases telegráficas):

Quando estudamos mais-valia pensamos no trabalho não pago.
E pensamos que mesmo que o capitalista venda a mercadoria pelo seu valor, ou seja em troca da cristalização da quantidade total de trabalho nela empenhado, cobrando apenas os ´custos´, ele sai lucrando.
O custo da mercadoria para o capitalista e seu custo real são coisas diferentes.
A novidade portanto é que o capitalista lucra vendendo a mercadoria pelo seu valor real (não precisa cobrar mais para lucrar).

A teoria da mais-valia de Marx resolve esse mistério, ou seja, o mistério de como o trabalho é explorado na sociedade capitalista.
Vamos resumir todo o processo em frases curtas:

"O sistema capitalista se ocupa da produção de artigos para a venda, ou de mercadorias.

O valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário encerrado na sua produção.

O trabalhador não possui os meios de produção (terra, ferramentas, fábricas etc.).

Para viver, ele tem de vender a única mercadoria de que é dono, sua força de trabalho.

O valor de sua força de trabalho, como o de qualquer mercadoria, é o total necessário à sua reprodução - no caso, a soma necessária para mantê-lo vivo.

Os salários que lhe são pagos, portanto, serão iguais apenas ao que é necessário à sua manutenção.

Mas esse total que recebe, o trabalhador pode produzir em parte de um dia de trabalho.
Isso significa que apenas parte do tempo estará trabalhando para si.

O resto do tempo, estará trabalhando para o patrão.

A diferença entre o que o trabalhador recebe de salário e o valor da mercadoria que produz, é a mais-valia.

A mais-valia fica com o empregador - o dono dos meios de produção.

É a fonte do lucro, juro, renda - as rendas das classes que são donas.

A mais-valia é a medida da exploração do trabalho no sistema capitalista”.

(Transcrito das pp. 232-33 de História da Riqueza do Homem, Leo Huberman, 1983)

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