sexta-feira, 6 de junho de 2008

Mercadoria, alienação, mais-valia



De acordo com Marx, no "capitalismo o operário produz mais para o seu patrão do que o seu próprio custo para a sociedade, e o capitalismo se apresenta necessariamente como um regime econômico de exploração, sendo a mais-valia a lei fundamental do sistema.
A força vendida pelo operário ao patrão vai ser utilizada não durante 6 horas, mas durante 8, 10, 12 ou mais horas. A mais-valia é constituída pela diferença entre o preço pelo qual o empresário compra a força de trabalho (6 horas) e o preço pelo qual ele vende o resultado (10 horas por exemplo). Desse modo, quanto menor o preço pago ao operário e quanto maior a duração da jornada de trabalho, tanto maior o lucro empresarial.

No capitalismo moderno, com a redução progressiva da jornada de trabalho, o lucro empresarial seria sustentado através do que se denomina mais-valia relativa (em oposição à primeira forma, chamada mais-valia absoluta), que consiste em aumentar a produtividade do trabalho, através da racionalização e aperfeiçoamento tecnológico, mas ainda assim não deixa de ser o sistema semi-escravista, pois "o operário cada vez se empobrece mais quando produz mais riquezas", o que faz com que ele "se torne uma mercadoria mais vil do que as mercadorias por ele criadas".

Assim, quanto mais o mundo das coisas aumenta de valor, mais o mundo dos homens se desvaloriza.

Ocorre então a alienação, já que todo trabalho é alienado, na medida em que se manifesta como produção de um objeto que é alheio ao sujeito criador. O raciocínio de Marx é muito simples: ao criar algo fora de si, o operário se nega no objeto criado.

É o processo de objetificação. Por isso, o trabalho que é alienado (porque cria algo alheio ao sujeito criador) permanece alienado até que o valor nele incorporado pela força de trabalho seja apropriado integralmente pelo trabalhador.

Em outras palavras, a produção representa uma negação, já que o objeto se opõe ao sujeito e o nega na medida em que o pressupõe e até o define. A apropriação do valor incorporado ao objeto graças à força de trabalho do sujeito-produtor, promove a negação da negação. Ora, se a negação é alienação, a negação da negação é a desalienação" (Agradecimentos ao site do IPSEC).

Ge Dantas

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Coisas, pessoas e mercadorias


Só no capitalismo as relações de produção deixam de ser, sobretudo, uma relação entre pessoas (como era entre senhor e escravo, senhor e vassalo) e passam a ser uma relação entre coisas.
O operário vende ao patrão por mês o uso da sua força de trabalho por 200 horas e o patrão retribui 100 reais ao operário por mês; o que está aqui evidente e superposto é uma relação entre coisas. Os dois “agentes econômicos” são, aqui, sobretudo veículos de uma relação entre mercadorias (força de trabalho versus dinheiro).
Não era assim antes do capitalismo. O que havia na escravidão era uma relação óbvia de exploração onde o escravo produzia para seu patrão “em troca” da proteção, etc. que este lhe propiciava.
O capitalismo disfarça a exploração tornando a relação de produção uma relação entre coisas, uma troca de mercadorias. A relação é a de mercadoria força de trabalho frente a frente com a mercadoria dinheiro que o patrão ofereça (no mercado).
G.Dantas

domingo, 1 de junho de 2008

COMUNICADO GERAL AOS COMPANHEIROS QUE AINDA NÃO PARTICIPAM DO NOSSO GRUPO

O capital: Grupo de Estudos em Brasília

Junho 2008
Comunicamos a todos a volta ao funcionamento do Grupo de Estudos de O capital que se reúne na UnB às quarta-feiras à noite.
Nosso ponto de partida é o livro que resume O capital (livro de Carlo Cafiero, O capital uma leitura popular, que, por sua vez, concentra o Livro primeiro da obra prima de Marx).

Neste mês de junho discutiremos as seções I e II (Mercadoria e dinheiro; A transformação do dinheiro em capital). Em maio trabalhamos o tema da chamada acumulação primitiva – ou pré-história do capitalismo – com boas discussões.

Pretendemos organizar um segundo Grupo de O capital, em dia diferente da semana, no próximo semestre. Para o maior rendimento dos debates é importante a boa leitura prévia e também que aqueles que têm tempo e condições, contribuam ao debate a partir de reflexões próprias, de outros textos e experiências em torno do tema. Textos adicionais estarão disponíveis na nossa pasta coletiva na UnB.


Outras atividades: ______________________________________________________
Para efeitos da leitura integral de O capital de Marx, será organizado um Grupo específico mais adiante, em torno dos três livros.

Dois seminários serão organizados no segundo semestre, um sobre A atualidade de O capital, o outro, uma palestra-debate em torno de Marx: vida e obra (em lembrança aos 190 anos do nascimento de Marx).

Também está previsto para agosto seminário-debate sobre a Crise econômica internacional: um olhar marxista.

E, em breve, provavelmente no auditório do Sindicato dos Médicos, promoveremos a projeção do filme SICKO-SOS Saúde, de Michael Moore acompanhado de debate.
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G.Dantas (coordenador do Grupo)

(membro do Instituto Karl Marx DF – IKMDF e do Núcleo de Pesquisas Marxistas da UEG)